segunda-feira, 26 de setembro de 2011

Total de desempregados no mundo é de 200 milhões, aponta OIT (Postado por Erick Oliveira)

A desaceleração da economia mundial pode gerar um forte aumento no desemprego em 2012 nos países do G20 (grupo das maiores economias avançadas e emergentes, do qual o Brasil faz parte), afirma relatório conjunto da Organização Internacional do Trabalho (OIT) e Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), publicado nesta segunda-feira (26).
O documento afirma que a taxa de desemprego diminuiu durante 2010, embora de forma moderada, mas ressalta que o total de desempregados no mundo é de 200 milhões, o maior índice registrado durante o momento mais crítico da atual crise econômica.
O relatório, elaborado a pedido da presidência do G20, foi divulgado em Genebra na reunião ministerial do grupo, que acontece entre esta segunda e terça-feira em Paris.
Para o futuro, a OIT e a OCDE acreditam que se as taxas de crescimento do emprego continuarem no nível atual de 1%, não será possível recuperar os 20 milhões de empregos que os países do G20 perderam desde que a crise de 2008 começou, e as perdas ainda serão significativas em 2012.
"Devemos atuar agora para reverter a desaceleração no crescimento do emprego e resistir à perda de postos de trabalho. É absolutamente indispensável dar prioridade ao trabalho decente e investir na economia real", afirmou em comunicado o diretor-geral da OIT, Juan Somavia.
Cooperação mundialSomavia defendeu uma cooperação a nível mundial, a retomada dos compromissos feitos nas cúpulas do G20 de Pittsburgh e Seul e o foco nos empregos de qualidade durante a recuperação.
O relatório afirma que o emprego deveria crescer a uma taxa anual de pelo menos 1,3% para chegar a 2015 com um nível similar ao registrado antes da crise. Essa taxa permitiria criar cerca de 21 milhões de empregos adicionais por ano, recuperar os postos de trabalho perdidos desde 2008 e absorver o aumento da população em idade laboral.
Entretanto, o relatório indica que o emprego crescerá a uma taxa de apenas 0,8% até o final de 2012, o que impede o retorno aos índices anteriores a crise.

Os ministros de Trabalho dos países do G20 discutirão em Paris a promoção do pleno emprego, o trabalho de qualidade e o respeito aos direitos trabalhistas fundamentais.
"Necessitamos investimentos destinados ao crescimento das empresas na economia real e à geração de trabalho decente", afirmou Somavía, para quem "a criação de emprego deve se transformar em uma das principais prioridades macroeconômicas".
A OIT e a OCDE falam de "crise persistente do emprego" que exacerba os problemas estruturais e se traduz em um alto desemprego juvenil e uma incidência maior do desemprego de longa duração.

quinta-feira, 22 de setembro de 2011

Desemprego fica em 6% em agosto, diz IBGE (Postado por Erick Oliveira)

A taxa de desemprego nas seis regiões metropolitanas pesquisadas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) ficou em 6% em agosto, a mesma registrada no mês anterior, segundo aponta levantamento divulgado nesta quinta-feira (22). Essa é a menor taxa estimada para o mês de agosto desde o início da série histórica do instituto, em 2002. Em agosto do ano passado, a taxa ficara em 6,7%.
"O mercado está contratando, mas a passos curtos. Essa contratação está mais distribuída. A gente ainda não teve um estímulo forte para o mercado contratar significativamente. Para abrir vagas, é preciso uma confiança do investidor maior no cenário econômico, tanto interno, quanto externo. O quadro não é desfavorável, pelo contrário, já que houve uma queda de 0,7% em relação a agosto de 2010”, diz Cimar Azeredo, gerente da Coordenação de Trabalho e Rendimento do IBGE.
Em agosto, a população desocupada somou 1,4 milhão de pessoas, ficando estável na comparação com julho. Já na comparação com o mesmo período do ano passado, foi verificada queda de 10%. A população ocupada também não mostrou alteração, ficando em 22,6 milhões. Em relação a agosto de 2010, houve avanço de 2,2%.
Estável em relação ao mês passado, o número de trabalhadores com carteira de trabalho assinada no setor privado ficou em 11,0 milhões). Já sobre o mesmo mês no ano passado, mostrou alta de 7,5%.
Na análise regional, em relação a agosto de 2010, foram registradas quedas nas regiões metropolitanas de Recife (2,3 pontos percentuais) e de Salvador (2,8 pontos percentuais).
SaláriosO salário médio real habitual dos ocupados ficou em R$ 1.629,40, aumento de 0,5% sobre o mês anterior. Na comparação anual, houve alta de 3,2%. O rendimento médio real é o maior da série histórica, desde 2002.
"A formalização pode ser uma das razões para o aumento do rendimento. A economia forte, formalização. E com a formalização, aumenta o rendimento”, afirmou Azeredo.
O rendimento médio real habitual dos trabalhadores cresceu 1,8% em Recife e 3,8% no Rio de Janeiro, mas mostrou recuo em Salvador (1,4%), Belo Horizonte (0,8%), São Paulo (0,5%) e em Porto Alegre (1,1%).
Na comparação anual, foi registrada expansão em Salvador (4,5%), Belo Horizonte (3,5%), Rio de Janeiro (7,5%), São Paulo (0,8%) e Porto Alegre (3,8%). Em Recife, ocorreu queda 1,0%.
Na análise por ramo de atividade, o maior aumento no salário, em relação a agosto de 2010, ocorreu no setor referente a indústria extrativa, de transformação e distribuição de eletricidade, gás e água (6,6%).
Nível de ocupaçãoO nível da ocupação (proporção de pessoas ocupadas em relação às pessoas em idade ativa), ficou em 53,9% em agosto de 2011 no total das seis regiões. Sobre julho deste ano e agosto do ano passado, ficou estável.



quarta-feira, 14 de setembro de 2011

Criação de empregos formais recua 16,8% até agosto, para 1,82 milhão (Postado por Erick Oliveira)

Dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) divulgados nesta quarta-feira (14) pelo Ministério do Trabalho mostram que foram criados 1,82 milhão de empregos com carteira assinada de janeiro a agosto deste ano.
Com isso, houve uma queda de 16,8% frente ao mesmo período do ano passado, quando foram abertas 2,19 milhões de vagas, segundo o governo federal. Os números de criação de empregos formais do acumulado deste ano, e de igual período de 2010, foram ajustados para incorporar as informações enviadas pelas empresas fora do prazo.
Além de ter registrado queda frente ao ano passado, os dados do governo mostram que a criação de empregos formais, de janeiro a agosto deste ano, também ficou abaixo do resultado registrado em igual período de 2008 - quando foram criados 1,94 milhão de empregos com carteira assinada.
Meta de 3 milhões de vagas não será atingida
Na última semana, o ministro do Trabalho, Carlos Lupi, admitiu que a criação de empregos com carteira assinada em 2011 deve ficar abaixo da meta de três milhões. “A tendência é que esse ano não seja tão bom quanto a gente esperava. Vai ficar um pouco menos de três milhões”, afirmou na semana passada. Nesta quarta-feira (14), ele acrescentou que a criação de empregos formais, com a incorporação dos servidores públicos (números da Rais, que só saem no próximo ano), deve ficar entre 2,7 milhões e 2,9 milhões.
Crise financeira
Apesar da queda na criação de empregos formais frente ao ano de 2010, segundo avaliação do ministro do Trabalho, ainda não há um cenário de "recessão". "Não tem queda abrupta na geração de empregos. Não tem queda acentuada mês a mês como aconteceu na crise de 2008, quando desabou a economia. Não está acontecendo isso. Estamos crescendo, mas sem o comportamento que acontecia em 2010", disse Lupi a jornalistas.
Segundo o ministro, a criação de empregos formais está bem melhor, por exemplo, do que nos Estados Unidos. "Os Estados Unidos criaram zero empregos. Na China, não tem emprego formal [com garantias trabalhistas]. Vou para Boston [EUA] inaugurar a Casa do Trabalhador Brasileiro nesta semana. Vou falar como eu consigo gerar empregos. É pura provocação. Eu sempre faço uma provocação", declarou.
Mês de agosto
Em agosto deste ano, os dados do governo mostram que foram abertas 199.446 vagas com carteira assinada, o que representa uma queda 36,3% frente ao mesmo mês do ano passado, quando foram criadas 299.415 empregos formais.
Com isso, houve um recuo de cerca de 100 mil vagas na comparação com agosto do ano passado. Trata-se, também, do pior resultado para o mês de agosto desde 2007, quando foram abertas 133 mil postos de emprego com carteira assinada.
"Tenho certeza que setembro será melhor do que agosto. E outubro também será muito bom. Haverá contratações da indústria, principalmente a de produtos alimentícios por conta do fim de ano", afirmou o ministro do Trabalho.

quinta-feira, 1 de setembro de 2011

Desempregado pode perder seguro ao recusar 1ª oferta de vaga, diz governo (Postado por Erick Oliveira)

Até o ano que vem deverá funcionar em todo o país o sistema que pretende oferecer uma vaga de emprego ao trabalhador na mesma hora em que ele entrar com o pedido de seguro-desemprego, diz o Ministério do Trabalho. Quem recusar essa primeira oportunidade sem justificativa aceitável pelo governo deixará de receber o benefício, confirma o diretor do Departamento de Emprego e Salário do órgão, Rodolfo Torelly. "Seguro não é parcela indenizatória, é para o desemprego involuntário. ‘Vou estudar’, ‘vou tirar férias’, ’vou descansar’, isso a gente quer diminuir”, afirma o diretor.
O programa que cruza dados de desempregados e vagas disponíveis já está funcionando em 23 estados e no Distrito Federal, mas Torelly diz que a previsão é de que seja adotado em todo o país até meados de 2012. A perda do seguro-desemprego por recusa de um trabalho é prevista em lei desde 1990, mas, segundo o órgão, deverá ser aplicada com mais frequência graças ao novo programa.
A lei 7.998/90 diz que a oportunidade oferecida precisa ser condizente com a qualificação e a remuneração anterior do desempregado. De acordo com Torelly, essa vaga deve ser da mesma Classificação Brasileira de Ocupações (CBO) que aquela que o trabalhador ocupava anteriormente. A região onde a pessoa mora também é considerada, diz o diretor.
O trabalhador também poderá rejeitar a vaga se estiver em um curso de qualificação profissional ou por motivo de doença, conforme o site do Ministério do Trabalho. Segundo Torelly, tudo depende da entrevista a que a pessoa é submetida quando procurar o atendimento. "Tem que ser feito com muita cautela, muita serenidade", afirma. "Nada é a ferro e fogo, depende da justificativa."
O diretor afirma que o governo segue um termo publicado em 2006 sobre o Sistema Público de Emprego. O documento determina que, se o trabalhador recusar a vaga por motivo previsto pelo ministério, terá o seguro liberado. Se rejeitar por outra razão não prevista, o benefício será suspenso. "Se desejar, o requerente poderá entrar com recurso junto à Delegacia Regional do Trabalho (DRT) mais próxima", diz o texto. Se não apresentar nenhuma justificativa para a recusa, o seguro será cancelado, e também é dada a orientação para procurar uma DRT.
A cada oferta que o trabalhador recusar, segundo Torelly, ele deve assinar uma carta, afirmando que abriu mão de uma oportunidade de emprego.
Se não houver vaga imediata
O mesmo documento seguido pelo ministério diz que, caso não haja uma vaga condizente com a situação do trabalhador no momento em que ele procurar um posto para pedir o seguro-desemprego, o benefício será liberado. Mas a pessoa voltará a ser chamada quando surgir uma ou mais oportunidades de emprego. “Ela pode ser convocada a qualquer momento, quando estiver recebendo esse beneficio. Quando aparecer uma vaga com o perfil, é convocada de várias formas: telefone, SMS...", afirma o diretor.
Se esse trabalhador for convocado três vezes e não comparecer ao posto de atendimento para saber da vaga, o seguro será automaticamente suspenso. "Aí, quando suspender, ele vai aparecer”, acredita Torelly.
Onde o novo sistema já funciona
O portal Mais Emprego (maisemprego.mte.gov.br), lançado como piloto no estado da Paraíba em setembro do ano passado, integra informações do Sistema Nacional de Emprego (Sine), Superintendências Regionais do Trabalho e Emprego (SRTEs), Caixa Econômica Federal e entidades de qualificação profissional. Ele já funciona, segundo o ministério, nos estados do Acre, Alagoas. Amapá. Amazonas, Bahia, Ceará, Espírito Santo, Maranhão, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Pará, Paraíba, Paraná, Pernambuco, Piauí, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Rondônia, Roraima, Santa Catarina, Sergipe e Tocantins, além do Distrito Federal.
A implantação está sendo finalizada em Goiás, Minas Gerais e São Paulo (praticamente 90% do estado já conta com o sistema, diz o ministério).
O objetivo, diz Torelly, é ajudar o desempregado a se recolocar. “Eu penso sempre na regra, é um pai de família que está precisando de emprego. A ideia do nosso sistema não é uma coisa de policiamento, é uma coisa social. O seguro é limitado de três a cinco parcelas, não compensa de forma alguma ficar sem emprego.”
O seguro-desemprego é pago em até cinco parcelas, de acordo com o tempo de registro em carteira, a quem foi dispensado sem justa causa ou sofreu dispensa indireta, que ocorre quando o empregado solicita judicialmente a dispensa do trabalho, alegando que o empregador não está cumprindo o contrato. O valor varia de 1 salário mínimo (R$ 545) a R$ 1.019.