quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

Desemprego em sete regiões cai para 10,6% em novembro, diz Dieese (Postado por Erick Oliveira)

A pesquisa do Seade/Dieese mostra que em novembro a taxa de desemprego do conjunto de sete regiões metropolitanas caiu para 10,6% da População Economicamente Ativa (PEA). Em outubro a taxa foi de 10,8%. O total de desempregados nessas regiões somava 2,355 milhões de pessoas, 45 mil a menos do que em outubro.
A taxa de desemprego aberta caiu de 7,9% para 7,7% e o oculto ficou estável em 2,9%. O nível de ocupação teve ligeira alta de 0,1% nas sete regiões metropolitanas (São Paulo, Distrito Federal, Belo Horizonte, Fortaleza, Porto Alegre, Recife e Salvador), o que representa a criação de 12 mil novos postos de trabalho.
Por região, a maior queda na taxa de desemprego, de 6,1%, ocorreu em Porto Alegre, seguida por Salvador com 3,9% e São Paulo com queda de 1,8%. Em contrapartida, a maior taxa de crescimento regional do desemprego ocorreu em Fortaleza, com 5,1%.
Ainda no conjunto das sete regiões metropolitanas, o nível de ocupação aumentou na indústria 1,8%, com 54 mil novas vagas; na construção civil, com geração de 23 mil novos postos; e nos serviços, com geração de 18 mil novas vagas. No agregado outros setores, houve redução de 75 mil postos de trabalho e o comércio teve fechamento de 8 mil postos.

sábado, 18 de dezembro de 2010

Brasil está a caminho do pleno emprego



A fila das pessoas à procura de emprego no Brasil nunca esteve tão pequena. Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) revelam que, em novembro, o país alcançou taxa de desocupação de 5,7%.

O índice é o menor, considerando todos os meses, desde março de 2002, quando começou a série histórica da Pesquisa Mensal de Emprego. Naquela época, o indicador media 12,9%. Para especialistas, algumas localidades do país estão perto do que se pode chamar de pleno emprego, quando todas as pessoas que querem trabalhar estão ocupadas.

Porto Alegre (RS), por exemplo, registra taxa de desemprego de 3,7%; Rio de Janeiro (RJ), 4,9%; e Belo Horizonte (MG), 5,3%.

"Em Porto Alegre, já é possível falar em pleno emprego. Em outras cidades, como Salvador, onde o índice é de 9%, há espaço para melhorias", afirmou o economista da Fundação Getulio Vargas (FVG) Armando Castelar.

O recorde de novembro é o quarto seguido este ano.

A baixa inédita vem desde agosto, quando a taxa chegou a 6,7%, caindo para 6,2% em setembro e atingindo 6,1% em outubro. Em relação a um ano atrás, quando o índice era de 7,4%, o recuo foi de 1,7 ponto percentual.

"Após a crise internacional de 2008, esses são números de um país em plena recuperação. O resultado foi puxado, principalmente, pelo comércio, por conta da contratação de temporários", afirmou o gerente da pesquisa do IBGE, Cimar Azeredo.

Em números absolutos, a população desocupada (1,3 milhão de pessoas) atingiu seu menor patamar desde 2002, quando havia 2,5 milhões de desempregados. Em relação a novembro do ano passado, a queda foi de 20,7% ou 354 mil pessoas desocupadas a menos. O salário médio real dos trabalhadores ficou em R$ 1.516,70 em novembro. Embora represente crescimento de 5,7% nos últimos 12 meses, o valor caiu 0,8% ante outubro (R$ 1.529,15). "O problema é que, apesar de o salário ter crescido, a inflação subiu em ritmo mais acelerado", explicou a economista do Santander Luiza Rodrigues.

Em meio ao forte crescimento econômico do país, a atendente Rosely Gomes dos Santos, 39 anos, não teve dificuldades para se recolocar. Ela decidiu mudar de empresa por conta da rotina de trabalho e ficou apenas um mês desempregada. "Cheguei ao meu limite de estresse. Fiquei esgotada, pois ficava na emergência de um hospital. Agora que estou em um laboratório, o dia-a-dia é bem diferente", contou.

Carteira assinada
Azeredo destacou que o número de trabalhadores com carteira assinada no setor privado (10,4 milhões) em novembro cresceu 8,7% na comparação ao mesmo mês do ano passado, o que significa mais 839 mil vagas formais. "Além de termos um mercado aquecido, aumentamos a oferta de empregos de qualidade", ressaltou o pesquisador. Victor Oliveira de Almeida, 21 anos, foi um dos beneficiados pelo aumento da oferta de postos com carteira assinada. Com ensino médio completo, ele foi contratado na última semana em uma empresa de telecomunicações. Victor ganha R$ 600 mensais e já faz planos. "Eu era o único desempregado em casa. Agora, além de ajudar a família, quero economizar para comprar um carro e entrar na faculdade", disse o auxiliar administrativo.

A pesquisa do IBGE revelou que, em comparação com novembro de 2009, cinco setores apresentaram variação positiva na população ocupada. Entre eles, as maiores altas foram na educação, saúde, serviços sociais, administração pública, defesa e seguridade social (7,7%) e em outros serviços (6,7%). Por outro lado, houve recuo de vagas nos serviços domésticos (-4,6%), o que se explica pelo retorno de trabalhadores às fábricas, devido à recuperação da economia.

Risco para a inflação
Embora seja comemorada por trabalhadores em todo o Brasil, a taxa de desemprego de 5,7% pode ter consequências perversas para a própria população. Na avaliação da economista do Santander Luiza Rodrigues, o índice já representa pressão inflacionária e pode levar a um salto nos preços nos próximos meses.

"Como falta mão de obra qualificada no país, os empresários vão pagar mais para tirar alguém de outra corporação ou treinar os seus funcionários. Esses gastos são repassados e aumentam o valor de produtos e serviços", explicou.

Luiza destaca que, com a elevação dos preços, os empregados vão exigir melhorias salariais. "Os patrões, ao atender a reivindicação, repassam mais uma vez os custos para o consumidor. Isso cria uma espiral que precisa ser contida rapidamente", avaliou.

Aos olhos da economista, as últimas medidas de enxugamento de crédito do Banco Central - que retiraram R$ 61 bilhões da economia - devem demorar ao menos seis meses para mostrar resultados. "Essa ação não substitui a principal, que é a elevação da taxa básica de juros (Selic). Em janeiro, ela deve aumentar 0,5% e continuar a crescer o meio do ano, até o limite de 13%", estimou. A Selic está em 10,75% ao ano.

Fábio Bentes, economista da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), diz que uma eventual elevação da Selic seria prejudicial para o país. "Isso traria mais dólares para o mercado interno, o que valorizaria ainda mais o real. Temos de conter o avanço do crédito, mas o aumento dos juros não seria favorável para o setor produtivo. O que será feito em 2011 na política econômica é uma surpresa", disse.

Do Correio Braziliense

domingo, 12 de dezembro de 2010

Países fecham acordo e cúpula do clima surpreende

Reunião termina com a criação de Fundo Verde e de mecanismo de compensação financeira para quem preservar suas florestas

Afra Balazina - O Estado de S.Paulo

Com protestos da Bolívia, os quase 200 países reunidos na Conferência do Clima da ONU (COP-16), em Cancún, no México, aprovaram no encerramento da reunião, na madrugada de ontem, um pacote para combater o aquecimento global no mundo.
Henry Romero/Reuters
Henry Romero/Reuters
 
Marco. Euforia da ministra mexicana Patricia Espinosa (à esq.) e Christiana Figueres, da ONU
Entre as decisões está a criação de um Fundo Verde para permitir que os países em desenvolvimento recebam recursos das nações industrializadas para poderem reduzir suas emissões de CO2. Também foi estabelecido o mecanismo de Redução de Emissões por Desmatamento e Degradação Florestal (Redd), relevante para países com florestas, como o Brasil. Por meio dele, pode haver a compensação financeira para quem mantiver suas matas.
As medidas não têm a ambição considerada necessária para resolver o problema. O resultado, porém, foi visto como importante para a manutenção das negociações multilaterais e como um passo fundamental em direção ao fechamento de um acordo com valor jurídico no futuro.
Para a Bolívia, porém, as decisões do chamado Acordo de Cancún representam um recuo em vez de um avanço. O embaixador Pablo Solón, representante boliviano, declarou que as medidas permitirão um aumento da temperatura de até 4º C - os cientistas avaliam que para evitar os perigos das mudanças climáticas é necessário limitar a elevação a 2ºC. Solón tentou bloquear a adoção do acordo ao alegar falta de consenso.
"Consenso não significa unanimidade", respondeu Patrícia Espinosa, presidente da COP-16 e ministra das Relações Exteriores do México. E bateu o martelo, anunciando a decisão de adotar o acordo.
Fantasma. As expectativas para a reunião no México estavam baixas depois do fracasso em 2009, em Copenhague. Há tempos que se falava em obter um pacote de decisões e não se esperava que houvesse um acordo legalmente vinculante em Cancún - o que deveria ter ocorrido na COP-15. Ainda não se sabe se será possível alcançar o tratado com valor jurídico na COP-17, em Durban, África do Sul.
A ministra do Meio Ambiente do Brasil, Izabella Teixeira, deu 7,5 de nota para a conclusão alcançada e classificou o documento como "equilibrado, embora não seja perfeito". Ela gostaria que tivesse sido definido o segundo período de compromisso do Protocolo de Kyoto, o que não ocorreu. O primeiro período se encerra em 2012. "Mas temos de entender que tudo tem um momento", disse.
Os países concordaram, porém, em evitar uma interrupção das metas de corte de emissões de gases-estufa. Ou seja, as nações precisam definir antes de 2012 a adoção de novas metas.
O ambiente no hotel Moon Palace, sede da COP-16, era muito menos tenso que o do Bella Center, em Copenhague, em 2009. Houve poucos protestos e a presidente da COP-16 foi ovacionada algumas vezes na última madrugada de negociações.
Além de ter sido aplaudida de pé pelos representantes dos países, foi elogiada insistentemente pela forma como conduziu o processo. Ela tomou extremo cuidado para que a negociação acontecesse da forma mais transparente possível, para evitar a falta de confiança entre os países observada no ano passado, quando vários textos secretos circulavam e reuniões fechadas entre poucas nações irritavam as que não haviam sido convidadas.
"Graças à boa vontade de vocês, a confiança voltou, a esperança voltou", afirmou o presidente do México, Felipe Calderón, que chegou à reunião às 3h30 e fez um discurso.
Estados Unidos. Geralmente o vilão das negociações climáticas - por não ter ratificado o Protocolo de Kyoto e ser o maior emissor histórico de gases-estufa do mundo -, os Estados Unidos foram aplaudidos ontem quando Todd Stern, enviado especial do país para a mudança climática, afirmou na plenária: "Vamos fazer esse acordo". A China, que é a maior emissora atual de CO2, também apoiou o documento e disse que continuará o esforço para o desenvolvimento limpo.
Connie Hedegaard, comissária da União Europeia para clima, contou que tinha medo de que nada fosse feito. "Podemos ter orgulho do que conseguimos, mas temos muitos desafios no caminho para a África do Sul", disse Connie.

NEGOCIADORES
Pessoas que se destacaram durante a conferência:
Patricia Espinosa
Presidente da COP-16, é ministra das Relações Exteriores do México. Ovacionada pelos representantes dos países três vezes na sexta, foi chamada "transparente". A forma como conduziu a reunião foi muito elogiada.
Christiana Figueres
A costa-riquenha é a secretária executiva da convenção. Teve participação discreta, se comparada ao antecessor, Yvo de Boer. Chamou menos a atenção e falou pouco com a imprensa.
Pablo Solón
Embaixador da Bolívia, é figura polêmica. Foi vaiado em uma plenária, bloqueou as negociações. É adepto do tudo ou nada.
Jairam Ramesh
O ministro indiano do Meio Ambiente parecia um astro pop, sempre cercado de jornalistas. Ganhou a simpatia dos EUA, Japão e Europa por sua liderança entre os países emergentes.

PARA ENTENDER
1.Limite de temperatura
O documento assinado na COP-16 reconhece a necessidade de cortar as emissões para limitar a elevação da temperatura a 2° C. Também diz que deve ser feita uma revisão desse objetivo para que o limite seja reduzido a 1,5° C. A análise deve começar em 2013 e ser concluída em 2015.
2.Fundo Verde
O texto cria o Fundo Verde, que será administrado pela Organização das Nações Unidas. O tesoureiro interino será o Banco Mundial, por um período de pelo menos três anos.
3.Financiamento de curto prazo
No chamado Fast Start Finance, os países desenvolvidos deverão desembolsar US$ 30 bilhões até 2012. Os recursos serão divididos em mitigação (corte de emissões) e adaptação (para os países se prepararem para as alterações climáticas). A prioridade dos recursos será para países mais vulneráveis, como as nações-ilhas e a África.
4.Financiamento de longo prazo
O documento reconhece que os países industrializados têm de mobilizar US$ 100 bilhões ao ano até 2020 para atender as necessidades dos países em desenvolvimento.
5.Desmatamento
Estabelece o mecanismo de Redução de Emissões por Desmatamento e Degradação Florestal (Redd), que visa compensar os países emergentes que preservam suas florestas.


sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

A crise dos "descontroladores" civís, recente entre nós, repete agora na Espanha, ainda assim, nosso país pretende desmilitarizar para sindicalizar a categoria e se tornar refém dela

Ao mesmo tempo em o Ministério da Defesa da Espanha enquadram militarmente os controladores de vôos, o Brasil pretende entregar a tarefa aos próprios "descontroladores"

Enquanto na Espanha o Ministério da Defesa assume o controle de vôo, aqui no Brasil, absurdamente, se pretende retirar da Aeronáutica esse papel


Após greve de controladores, militares assumem aeroportos na Espanha

Plantão | Publicada em 03/12/2010 às 23h33m
BBC

Passageiros aguardam no aeroporto em Madri: greve afetou 250 mil pessoas
O governo espanhol ordenou na noite desta sexta-feira que as Forças Armadas assumissem o controle do espaço aéreo do país, após cerca de 90% dos controladores terem entrado em greve.
Os principais aeroportos da Espanha - como Barajas, em Madri - foram militarizados depois que os funcionários não assumiram seus postos como forma de protestos por melhores salários.
A greve instaurou o caos nos aeroportos e já afeta mais de 250 mil passageiros, que tiveram seus voos adiados ou cancelamos.
Segundo o governo, o Ministério da Defesa controlará o tráfego aéreo até que os controladoras - que são civis - reassumissem o trabalho.
Entre as medidas aprovadas durante uma reunião de emergência estão o envio de 300 controladores militares às torres de controle e a abertura de aeroportos militares ao tráfego civil.
Jornada maior
No início do dia, o governo baixou um decreto determinando que os controladores passassem a ser subordinados ao Ministério da Defesa e que eles sejam examinados por médicos do órgão para comprovar faltas por doenças.
A norma também ampliou a jornada de trabalho de 1.200 horas anuais para 1670.
As cenas que se viam nos aeroportos espanhóis eram de confusão e revolta. Milhares de pessoas se aglomeravam nos balcões de companhias aéreas como Iberia, Ryanair e Easyjet.
'Os controladores estão conquistando o ódio dos espanhóis. Entendo que reivindiquem um direito delas, mas poderiam ter avisado e não ter deixado metade da Espanha irritada e sem férias', disse à BBC Francisco Mallo, de Madri, que tentava embarcar para Turquia com a esposa.
O governo afirmou que se os controladores não voltassem ao trabalho seriam acusados de delito grave.
O sindicato dos controladores explicou que a iniciativa não foi um protesto programado, mas sim algo espontâneo 'fruto do estresse no trabalho'.
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