sexta-feira, 20 de julho de 2012

Para 52%, ter amizade com o chefe é positivo para a carreira (Postado por Lucas Pinheiro)

Uma pesquisa realizada pela Trabalhando.com Brasil com 325 profissionais revela que a maioria dos entrevistados (52%) acredita que a amizade com o chefe é algo positivo para a carreira, e que ela pode até harmonizar o ambiente profissional. Dos demais entrevistados, 48% acreditam que a amizade atrapalha a carreira e causa confusão entre o lado profissional e o pessoal ou até mal-estar com os colegas.

Para o diretor-geral da Trabalhando.com, Renato Grinberg, uma relação extraprofissional pode otimizar processos, facilitar o diálogo e suavizar a tensão do ambiente de trabalho. “A amizade contribui muito, mas, por outro lado, os laços afetivos podem ser meio caminho para que excessos de intimidade e possíveis favorecimentos venham à tona, gerando mal-estar entre os colegas e até mesmo uma competitividade negativa. O importante é sempre se manter o bom senso nesses casos”, explica.

Grinberg recomenda que se o funcionário e o chefe já eram amigos, não se deve expor nada que possa se transformar em piada, como apelidos ou histórias engraçadas; deve-se evitar comentários do que fazem ou onde vão fora do horário de trabalho; e não se deve aproveitar os momentos de lazer com o chefe para criticar colegas ou fofocar sobre eles.

O especialista alerta que alguns chefes se aproximam dos subordinados para arrancar informações pessoais. Dependendo do gestor, tudo o que for dito poderá ser usado contra a pessoa e não a seu favor. “É preciso colocar sua carreira em primeiro lugar, não tenha medo de desapontar seu 'chefe/amigo' caso surja uma oportunidade em outra empresa”, finaliza.

quinta-feira, 19 de julho de 2012

Contando jornada doméstica, mulher trabalha mais do que homem, diz OIT (Postado por Lucas Pinheiro)

Estudo divulgado pela Organização Internacional do Trabalho (OIT) nesta quinta-feira (19) mostra que as mulheres trabalham mais do que os homens no Brasil quando se calcula o tempo total de trabalho, o que inclui os afazeres domésticos e a jornada formal no mercado de trabalho.

Os números, relativos ao ano de 2009, mostram que as mulheres têm uma jornada de cerca de cinco horas a mais por semana do que os homens. A OIT informou que os homens trabalham, em média, 43,4 horas por semana no mercado de trabalho e outras 9,5 horas em casa, perfazendo uma jornada semanal de 52,9 horas. Ao mesmo tempo, as mulheres têm uma jornada total de 58 horas semanais, sendo 36 horas no mercado formal de trabalho e 22 horas em casa.

"Entre o conjunto das mulheres brasileiras inseridas no mercado de trabalho, uma expressiva proporção de 90,7% também realizava afazeres domésticos, enquanto que entre os homens tal proporção era significativamente inferior: 49,7%. Essas trabalhadoras, além da sua jornada semanal de 36 horas, em média, no mercado de trabalho, dedicavam cerca de 22 horas semanais aos afazeres domésticos, ao passo em que entre os homens tal dedicação era de 9,5 horas semanais, ou seja, 12,5 horas a menos", informou a OIT no levantamento.

Políticas de 'conciliação'
Para Laís Abramo, diretora da Organização Internacional do Trabalho (OIT) no Brasil, esse quadro mostra que são importantes políticas de conciliação entre trabalho, vida pessoal e vida familiar. "É muito importante que haja políticas públicas e empresariais que facilitem a conciliação. Tem a ver com a disponibilidade de creches, com a melhoria do transporte, e com a questão das jornadas flexíveis, além de um compartilhamento maior dos afazeres domésticos", avaliou ela.

Homens participam de 'atividades interativas'
O estudo da Organização Internacional do Trabalho informa ainda que a participação dos homens nos afazeres domésticos está mais concentrada em "atividades interativas", como a realização de compras de mantimentos em supermercados, o transporte dos filhos para a escola e "atividades esporádicas" de manutenção doméstica, como reparos e consertos no domicílio.

"Uma informação do suplemento da PNAD de 2008 é bastante ilustrativa dessa situação: cerca da metade (49,7%) das pessoas de 14 anos ou mais de idade costumavam fazer faxina no próprio domicílio, sozinha ou com a ajuda de outra pessoa. Enquanto que esta prática era comum para 72,1% das mulheres, entre os homens era de apenas 25,4%", informou a OIT.

Redefinição das relações
A OIT concluiu, no estudo, que a "massiva incorporação" das mulheres no mercado de trabalho não vem sendo acompanhada de um "satisfatório processo" de redefinição das relações de gênero com relação à divisão sexual do trabalho, tanto no âmbito da vida privada, quanto no processo de formulação de políticas públicas e de ações por parte de empresas e sindicatos, especialmente no concernente às responsabilidades domésticas e familiares.

"A incorporação das mulheres ao mercado de trabalho vem ocorrendo de forma expressiva sem que tenha ocorrido uma nova pactuação em relação à responsabilidade pelo trabalho de reprodução social, que continua sendo assumida, exclusiva ou principalmente, pelas mulheres", informou o estudo da OIT.